...Cuba, lírio de fuzis,
Oh! Necessário lírio de fuzis
Roberto Luzcando
Em versos foram suas respostas à pergunta formulada pela Revista Casa de las Américas - “ o quê tem significado para você a Revolução
Cubana ?” – publicadas no seu número 112 de 1979. O elo que une cada um desses poetas à Revolução Cubana
se expressa os poemas que rendem um preito de amor à Ilha e ao que nela germinou.Atraídos
por uma vitoriosa esperança de futuro, Cuba significa a luz, a vela acesa, o
sol. Filhos do Continente, Juan Gelman
(Argentina, 1930, Óscar Chávez (México,1935) e Roberto Luzcando (Panamá, 1939) levantam
a voz de espaços díspares e diferentes, estreitando um sentir que se revela igual
diante da queda do Quartel Moncada quando despertou
de repente nossa História / envilecida a força de tristeza / e pobre de seu estar encarcerada (Óscar Chávez).
E
estar encarcerada e envilecida é próprio da História do Continente. Quando o
argentino Juan Gelman chama Cuba de vôo
ou felicidade, de meu sol é por
acreditar ser o lugar da América onde o imperialismo
podia ser derrotado e a vitória, então, poderia ocorrer também no seu país
onde se consentia a fome, a dor, a tortura, a morte; onde o
inimigo era feroz e os que o
combatiam tinham os rostos iluminados
pelo direito de combater.
Pensando
no seu próprio país ou em todos do Continente é que Roberto Luzcando (venho do ismo panamenho ferido) escreve o longo poema que diz
das lutas de Cuba (golpeada por um réquiem de fuzis), do anseio de que livre
Cuba permaneça (Não quero mais ver em
tuas baías / os verdes tubarões / que escoltam tuas vítimas libertárias, / teu
amor desenvolvido pelas ondas).Luta e liberdade que no Continente se
ergueram como fanal, indicando ser possível a mudança de destinos ainda que o
confronto se faça entre um minúsculo contendor e outro portentoso e,
aparentemente, invencível.
Os
poetas se permitiram enredar na emoção e prender na esperança. E disso deixaram testemunho.
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