domingo, 6 de março de 1994

O peso da verdade


Ilustração do Livro: POVO KAINGÁNG
          Em 1993, em co-edição da UNOESC - Campus de Chapecó e do Secretariado Diocesano de Pastoral foi publicado O peso da cruz: conquista e religião.


          Cinco autores - Adair Tedesco, Arlene Renk, Eliane Oliveira, Juracilda Veiga e Wilmar d’Angelis - subs­crevem os trabalhos: “A religião como idioma de identidade faccional entre brasileiros no oeste catarinense”, “Em que crêem os Kaigangs”, “A Igreja católica na América Latina”, “Nova Evangelização”. Resultantes de uma atividade de exten­são do Departamento de História da UNOESC organizada em 1492 para pensar e repensar, sob diferentes aspectos, a fricção entre a cultura européia e as culturas nativas que, a partir da chegada dos ibéricos se tornou uma constante na América Latina são trabalhos que significam uma busca de sentido.

          Um desejo de entender certas questões cuja origem se inscreve no passado mas cujas conseqüências - assim o diz Pedro Uczai ao apresentar a obra estão ao nosso redor, desafiando-nos e exigindo respostas em níveis de produção acadêmicas e de práticas sociais, das quais não podemos nos furtar.

          Assim, é o interesse em retomar essa questão primeira - a inexorável presença da Igreja Católica no Conti­nente - onde se encravam as outras; a passagem do rito indí­gena para aquele imposto pelos conquistadores; a oposição conduzida por razões sócio-econômicas que pode se instaurar no interior da Igreja Católica oficial; as novas formas de evangelização.

          Temas ligados por um fio condutor - a reli­gião como um meio para o exercício do domínio - buscando, so­bretudo, respostas para as interrogações que surgem espontâ­neas quando consideradas as relações entre a verdade pregada e sua prática.

          Mas, embora seja feito de inquietações, O peso da cruz é um pequeno livro alimentado de esperanças pois na provocação de um diálogo espera dar ensejo às imprescindí­veis mudanças. E é certamente, de mudanças que o Continente necessita.

Nenhum comentário:

Postar um comentário