Conhecereis a verdade e a verdade os fará livres. São João VIII, 32. São as
palavras finais de Allá, lejos que,
em 1992, recebeu o Prêmio Hammeth Internacional de Gijón, Espanha.
Seu autor, o uruguaio Daniel
Chavarría é professor de Línguas e Literaturas clássicas, etnólogo, tradutor e
roteirista.
Segundo a editora que lançou
o seu livro em 1993, a Graffiti & Cal y Canto, de Montevidéu, trata-se de
um romance de aventura e espionagem que se constrói num ritmo vertiginosamente
cinematográfico.
É um romance que abarca
muitos anos e nesse longo espaço de tempo, sucessivamente, vão aparecendo um
sem número de personagens e suas breves histórias.
O primeiro é José Gamos de
Andrade, vulgo Zé Bonitinho e o episódio em que atua tem como data, março de
1970. O último conta a origem de uma casa construída por Frank Lloyd Wright em
1913.
Entre eles, muitos anos e a
distância que medeia entre Santarém, no Brasil e Langley na Virgínia, Estados
Unidos. Uma distância tão grande quanto pode ser a diferença que separa o
destino de um caboclo brasileiro daquele reservado ao grande arquiteto
norte-americano.
E, nada teriam em comum, não
fossem esses episódios que se acumulam, livres das amarras de datas e espaços
geográficos, acompanhando um itinerário: o achado de uma planta de poderosos
efeitos e as experiências originadas do afã de sua exploração.
Muitos deles tratam das
atividades falangistas na Espanha de Franco e das atividades de organizações alienígenas
no Continente. Garras que se cravam aquém e além mas acobertadas por ideologias
ou por muitíssimos dólares. Planos para dominar e destruir se delineiam. E os
relatórios das pesquisas, se sucedem cheios de evidências sobre o desrespeito
à vida e sobre o jogo de interesses que as norteiam.
Conscientes ou não do que
fazem, esses personagens, que povoam as trezentas páginas do romance agem como
fantoches. E os fios que lhe dão vida não são escamoteados movidos por uma CIA
de reconhecível presença. Perniciosa presença cujos atos são por demais
conhecidos no Continente e inexplicavelmente tolerados.
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