“Anotações
sobre autores e livros” é o sub-título de O Castelo de Frankestein que a editora da Universidade Federal de
Santa Catarina publicou em 1986. Formado por quatro capítulos ( Santa Catarina,
Brasil, Hispano-américa, Outros ) tem,
sempre, o interesse pelos contemporâneos.
O
capítulo terceiro, Hispano-américa, se compõe de dezoito artigos. Um deles,
comenta o Prêmio Nobel atribuído a Gabriel Garcia Márquez, outro a morte de Cortazar. Os demais, tratam de
obras latino-americanas, publicadas no
Brasil pelas editoras Difel, Civilização
Brasileira, Global, Alfa-ômega, Nova Fronteira, Paz e Terra, Francisco
Alves.
São
obras que, na maioria das vezes,
diferentes razões explicam a qualidade. Também, quase sempre, são
oferecidas ao leitor brasileiro sem algumas das referências necessárias – que
certas escolas críticas o perdoem – para que
a compreensão do texto ou o prazer da leitura possam ser mais completos
e profundos.
Situando-as
no seu contexto geográfico e literário – Argentina, Cuba, Chile, México, Peru –
mensurando-lhes as qualidades, os textos de Salim Miguel adquirem, então, essa
importância que somente um arauto pode ter. Sobretudo, numa sociedade que,
salvo as sempre honrosas exceções, precisa ser guiada nos seu renovado
consumismo que, inclui, também o livresco.
À
sensibilidade com que se aproxima do
texto, as informações que oferece sobre o autor e sua vida literária se
acrescentam à preocupação de contribuir para a qualidade das traduções com
observações necessárias e pertinentes.
Uma
excelente contribuição que Salim Miguel, pelos labirintos de seu castelo, onde se cruzam Angel Rama ,Cabrera Infante,
Jorge Icaza, José Maria Arguedas, Ricardo Güiraldes entre outros, oferece para
o conhecimento de uma Literatura, muitas vezes, inigualável que, embora
produzida no Continente, ainda continua ignorada pela grande parte dos leitores
brasileiros.
Porque,
a maior parte deles, parece não ter se dado conta que faz parte de uma geografia
ao sul do rio Bravo e teima em permanecer atrelada aos gosto de leitura de
outros centros considerados, por uma
certa elite, como civilizados e donos da
verdade.

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