A
revista Casa de las Américas se negou a ser mais um cenáculo
cultural. Com ela, a cultura deixou de ser essa terra de ninguém na qual se
refugiam as elites e os intocáveis, esse púlpito de marfim do qual se bendiz e
se canta loas ao poder, à rapina ou ao “espírito”. JaimeAlasraki.
Desejo muito ler o número 400 e conto com o esforço
de vocês para isso. Foram, entre outras, as palavras que, em 13 de junho de 1995, Darcy
Ribeiro enviou para a revista Casa de
las Américas, quando da tiragem de seu ducentésimo exemplar (julho/setembro
de 1995). Considerando que saem quatro números por ano, sua frase foi
exemplarmente otimista quanto à sua desejável longevidade, como a do futuro de
uma revista cujo significado, para a América inteira, é muito maior do que as
suas próprias propostas.
E isto está
muito claro nas mensagens que, sobretudo, do mundo hispânico lhe chegaram.
Intelectuais do Continente a definiram como uma
rigorosa obstinação, uma trincheira, um baluarte, uma tribuna,
centro e busca de coesão intelectual e
moral, lugar de resistência, foro livre de debates. Mas, principalmente, confessaram suas
dívidas para com ela e da qual a primeira é o terem se reconhecido como parte
de um Continente que, por vezes, se ignora a si mesmo e que, nas páginas da revista, está
inteiramente representado na poesia, na ficção, na polêmica, na crítica, no
testemunho. Toda uma criação que chega da América inteira e se constitui um
fanal ao traduzir as aspirações e as utopias dos latino-americanos que nela
encontraram guarida. Daí ensejar-se um encontro que permanece alheio
às dificuldades oriundas das distâncias que separam e da precariedade das
comunicações e, sobretudo, aos preconceitos e eventuais
bloqueios.
Um encontro tão precioso que todos os missivistas auguram se repita por muito tempo. Para seu próprio bem, diz o equatoriano Jorge Enrique Adoum, espero que o Continente possa ler um dia o número 400 de Casa de las Américas. Votos auspiciosos porque, sem dúvida, o conhecer-se e o discutir-se – e a leitura de Casa de las Américas a isso induz – pode ajudar nesse imprescindível comportar-se livre de amarras.
Um encontro tão precioso que todos os missivistas auguram se repita por muito tempo. Para seu próprio bem, diz o equatoriano Jorge Enrique Adoum, espero que o Continente possa ler um dia o número 400 de Casa de las Américas. Votos auspiciosos porque, sem dúvida, o conhecer-se e o discutir-se – e a leitura de Casa de las Américas a isso induz – pode ajudar nesse imprescindível comportar-se livre de amarras.

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