São trabalhos
cujos temas apresentam uma certa homogeneidade e, como o próprio autor
sintetiza na Nota a esta segunda edição, tratam do pensamento e da obra de José
Martí e do Che Guevara; da formação da intelectualidade na nova Cuba; da
América Latina em relação aos outros países; do mundo visto a partir da América
Latina; de certas idéias sobre teoria literária. Longos e perspicazes, nesses
trabalhos sobressai uma coerência ideológica que irá nortear indagações e reflexões.
Roberto
Fernández Retamar não é apenas um incondicional defensor da Revolução cubana,
mas um intelectual pleno de convicções cuja obra Abel Enrique Prieto, que
assina o prólogo de Para un perfil
definitivo del hombre, diz tratar-se de uma
das mais apaixonantes trajetórias reflexivas da literatura revolucionária.
Na primeira
parte de seu ensaio, “Algunos problemas teóricos de la literatura
hispanoamericana”, ele começa chamando a atenção para a incongruência que
existe em continuar a abordagem da Literatura latino-americana com o aparato conceitual forjado a partir de
outras literaturas.
E, assim,
quando sugere aos homens de letras cubanos que se sintam situados na América hispânica e pensem, trabalhem, escrevam como hispano-americanos,
está enunciado uma válida consignação para todos os intelectuais do Continente.
Porque ninguém
ignora como a grande maioria deles se submete, prazerosa e sôfrega, às
influências forâneas. E no que se refere à aproximação ao texto literário, é
notório o atrelamento às teorias críticas importadas.
Talvez, muitos
não se dêem conta que estão sendo colonizados e, talvez, menos, das conseqüências
que dessa colonização, certamente, advém.
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