Buenos días, América de David Sánchez Juliao foi publicado em 1988
(Bogotá, Planeta Colombiana). Cinco anos antes, pela Plaza y Janes aparecera Pero sigo siendo el rey romance de maior sucesso que, por sua vez, já
fora precedido de outro, Cachaco, palomo
e gato, de muitos contos, relatos, fábulas e um livro de testemunho.
Atualmente, David Sánchez
Juliao é embaixador da Colômbia em Nova Delhi - onde, também, representaram
seus países, devido a essa tradição latino-americana de fazer de escritores,
embaixadores - Pablo Neruda e Otávio Paz. Antes dessa experiência como
diplomata onde realiza importante trabalho cultural, divulgando na Índia os escritores
de seu país, David Sánchez Juliao já havia vivido em países da América Central,
na Europa, Estados Unidos e México na qualidade de professor visitant
Nasceu em 1945 na região
litorânea da Colômbia e é em Lorica, cidade
antiga e senhorial às margens do rio
Sinú, nas costas do Mar Caribe sua cidade natal que ele situa a ação de Buenos Días, América.Uma narrativa
plácida e alegre cuja trama simples e linear quase não oferece surpresas embora
permaneça sempre prazerosa.
Em Lorica é instalada a
primeira rádio. Tem por nome “Rádio Progresso” e um quilowatt de potência.
Tanto o seu diretor artístico, como seus dois técnicos são prata da casa e o
locutor, um filho da cidade que dela saíra e voltara.
Para aumentar sua receita -
era muito pequeno o ordenado - Pupi o locutor, elabora anúncios publicitários
que, embora verdadeiros primores de criatividade, nem sempre ou quase nunca são
do agrado do proprietário ou do padre paroquiano. Pupi, porém, não se abala com
os impropérios do patrão e quando a emissora recebe cartas de ouvintes de
outras cidades, inclusive da Argentina, ele se dá conta que pode ser ouvido
pela América. E começa, então, o seu programa com a expressão “Bom dia,
América”.
Ao escutar a inovação, o
dono da rádio, furioso, entra na cabine de som para gritar-lhe Por acaso não vê o ridículo em que ficamos?
Uma emissora de um quilowatt cumprimentando a América!
Para os cidadãos de Lorica,
no entanto, nada era mais simples e ninguém ficou sem entender que esse “Bom
dia, América” que se seguia à identificação do programa era dirigido à mulata
América, a moça mais bonita da cidade, por quem o locutor se apaixonara.
E, assim, apesar de seu
talento sui generis para elaborar os textos publicitários que acabaram por
originar uma situação antes nunca vista - os ouvintes ficarem mais atentos à
propaganda que aos próprios programas de entretenimento que eram oferecidos - o
proprietário da emissora só espera o momento em que possa demiti-lo. Porque lhe
é absolutamente imprescindível que a rádio que instalou não se afaste do que
ele pretende que seja: a onda culta e
amena da região.
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